O Centro Cultura de Vila Flor está de parabéns. Três anos volvidos desde a sua abertura ao público existem motivos para todos (ou quase), enquanto vimaranenses podermos sorrir. Antes de mais, porque a abertura desta casa foi uma marca indiscutível na mudança de atitude perante a cultura, tanto dos cidadãos como da própria autarquia da cidade. Em Guimarães sempre existiu cultura, desde que me lembro. Mas foi com a mudança para o CCVF, que fomos postos à prova. Isto porque o paradigma mudou. Os espectáculos ganharam uma outra regularidade inexistente até então, passamos a pagar pela grande maioria deles e a termos que nos deslocar até ao local para assistirmos - a cultura deixou de vir ter connosco até à Praça de Santiago, Oliveira ou largo João Franco.
E se por um lado a regularidade e o facto de pagarmos e termos que estar realmente interessados para assistir é algo de que nos devemos orgulhar na mudança, o facto de nestes três anos a cultura para todos - não em qualidade ou tipo, mas em preço e espaço - ter sido reduzida a quase nada é algo que devemos questionar. Até as Gualterianas fugiram das suas gentes...
Mas a mudança de atitude foi notória. A casa de espectáculos do São Mamede, por exemplo, acaba por surgir "na onda" do crescimento cultural da cidade. Pena é que seja mal gerida a todos os níveis e se tenha tornado em tudo menos numa casa de espectáculos. Mas isso dava pano para outras mangas.
No que diz respeito à programação as opiniões sobre o CCVF divergem. Na minha opinião, e porque é a música, de entre as artes aquela que mais me diz, há ainda algum trabalho a fazer. Não tenho dúvidas que já passaram nos três palcos de Vila Flor grandes nomes. Mas falta mais e diferente programação. E quando falo em em mais e diferente falo em bandas portuguesas como Blind Zero, Toranja (agora a solo Tiago Bettencourt), Xutos e Pontapés(coitados que mal se mexem, mas há três anos podiam ter vindo ainda em forma), etc que há muito que não visitam a cidade. Em nomes internacionais como os The National que cá estiveram, mas também os Klaxons e os MGMT. A diferença de preços entre trazer uns ou outros não deve ser astronómica. E em termos de vendas, acho que compensava. Este tipo de programação que tanto público atrai está longe de fazer parte dos planos da Oficina, enquanto gestora do espaço. Eu percebo que para actuarem no café concerto têm que ter pouca dimensão - sugiro já agora que apanhem o comboio dos MySpaces e das "Anas Frees", algo que a Casa da Música do Porto por exemplo já vai fazendo no seu espaço exterior. E que para qualquer um dos auditórios têm que ter um estilo de música adequado ao espaço - mesmo aqui ainda há trabalho a fazer, mesmo em termos de bandas portuguesas. Mas e então os "The National" e "Liars" não actuaram na relva? Não sendo adepto, Buraka Som Sistema não seria uma noite bem passada na parte exterior?
Falta, portanto, meio-termo em Vila Flor. Deve haver algum cuidado para não se chegar ao popular do Multiusos, mas também para não ficarmos assim tão afastados da maioria. Eu tenho alguns, mas quantos mais jovens da minha idade têm CD's das bandas que actuam no CCVF? Pensem nisto.
Nota: excepcionalmente, o "Think Pong" é publicado esta semana à terça-feira, devido a compromissos pessoais.
Do outro lado: Basta colocar-nos no mapa?
E se por um lado a regularidade e o facto de pagarmos e termos que estar realmente interessados para assistir é algo de que nos devemos orgulhar na mudança, o facto de nestes três anos a cultura para todos - não em qualidade ou tipo, mas em preço e espaço - ter sido reduzida a quase nada é algo que devemos questionar. Até as Gualterianas fugiram das suas gentes...
Mas a mudança de atitude foi notória. A casa de espectáculos do São Mamede, por exemplo, acaba por surgir "na onda" do crescimento cultural da cidade. Pena é que seja mal gerida a todos os níveis e se tenha tornado em tudo menos numa casa de espectáculos. Mas isso dava pano para outras mangas.
No que diz respeito à programação as opiniões sobre o CCVF divergem. Na minha opinião, e porque é a música, de entre as artes aquela que mais me diz, há ainda algum trabalho a fazer. Não tenho dúvidas que já passaram nos três palcos de Vila Flor grandes nomes. Mas falta mais e diferente programação. E quando falo em em mais e diferente falo em bandas portuguesas como Blind Zero, Toranja (agora a solo Tiago Bettencourt), Xutos e Pontapés(coitados que mal se mexem, mas há três anos podiam ter vindo ainda em forma), etc que há muito que não visitam a cidade. Em nomes internacionais como os The National que cá estiveram, mas também os Klaxons e os MGMT. A diferença de preços entre trazer uns ou outros não deve ser astronómica. E em termos de vendas, acho que compensava. Este tipo de programação que tanto público atrai está longe de fazer parte dos planos da Oficina, enquanto gestora do espaço. Eu percebo que para actuarem no café concerto têm que ter pouca dimensão - sugiro já agora que apanhem o comboio dos MySpaces e das "Anas Frees", algo que a Casa da Música do Porto por exemplo já vai fazendo no seu espaço exterior. E que para qualquer um dos auditórios têm que ter um estilo de música adequado ao espaço - mesmo aqui ainda há trabalho a fazer, mesmo em termos de bandas portuguesas. Mas e então os "The National" e "Liars" não actuaram na relva? Não sendo adepto, Buraka Som Sistema não seria uma noite bem passada na parte exterior?
Falta, portanto, meio-termo em Vila Flor. Deve haver algum cuidado para não se chegar ao popular do Multiusos, mas também para não ficarmos assim tão afastados da maioria. Eu tenho alguns, mas quantos mais jovens da minha idade têm CD's das bandas que actuam no CCVF? Pensem nisto.
Nota: excepcionalmente, o "Think Pong" é publicado esta semana à terça-feira, devido a compromissos pessoais.
Do outro lado: Basta colocar-nos no mapa?
É muito fácil falar e opinar sobre tudo e mais alguma coisa, quando na realidade não se percebe de nada do que se está a dizer!
Tem alguma noção de programação de eventos??? Principalmente duma casa como a do CCVF!
Acho que dariam uns belos cronistas para as revistas cor de rosa! Nessas sim, poderiam escrever de tudo sem perceber nem saber de nada que ninguém iria notar!
Pensem nisso, teriam futuro!
Ao menos assumimos as nossas opiniões de forma digna. Se o anónimo percebe tanto de cultura, explique lá o que acha? E já agora assuma-se!
Também é fácil criticar o que não se percebe. Gerir O CCVF não é só programar eventos, já reparou? Temo que não. Podíamos estar aqui a discutir a gestão da casa, mas o que interessa às pessoas é o projecto cultural e a oferta da programação. Sobre essas tem algo a dizer ou é daqueles que não costuma por lá os pés?
Tenho duas regras sobre as pessoas a quem costumo responder aos comentários. Estarem identificadas, ou quando não o estão quando a crítica é construtiva. Não preenchendo nenhum dos requisitos fico-me pelo silêncio. Um dia que queira discutir programação de eventos ou sobre o agendamento cultural do CCVF, assuma-se e diga em que ponto não estamos de acordo.
Como ha-de reparar em cima, assinado Paulo Lopes.
"Mas a mudança de atitude foi notória. A casa de espectáculos do São Mamede, por exemplo, acaba por surgir "na onda" do crescimento cultural da cidade. Pena é que seja mal gerida a todos os níveis e se tenha tornado em tudo menos numa casa de espectáculos. Mas isso dava pano para outras mangas."
Ó Paulo... Que raio de observação é esta? LOL
A parte do São Mamede ter aparecido na onda do CCVF, ou o facto de se ter tornado 1º num apêndice do Património e mais tarde num café que serve diárias e não tem espectáculos?
Talvez seja a frase que está confusa... Devo ter feito confusão.
"A parte do São Mamede ter aparecido na onda do CCVF, ou o facto de se ter tornado 1º num apêndice do Património e mais tarde num café que serve diárias e não tem espectáculos?"
Caro Paulo Lopes, esta é uma das tais "críticas constritivas", a que se refere em cima?!
Pois é, temo que esteja a perder essa postura de menino (sim menino mesmo),que escreve muito bem, e apenas e só críticas construtivas!
Tenha cuidado e tento na lingua!! AI AI...
é uma opinião. pode depois, respeitar ou não. Qualquer das opções que escolha, identifique-se.
Ah, outra coisa... Ainda não dei os parabéns pelo nome "think pong", muito original...Gostei!
Parabéns aos dois.
Infelizmente passei a uma velocidade no blogue de tarde que nem me permitiu perceber até que ponto ia a piada do comentário anónimo. Abro aqui então uma excepção e vou responder a um anónimo!
O "tento na língua" a que se refere penso que poderei assumi-lo como a minha liberdade de expressão. E essa é minha há muito tempo, e de cada Português ainda há mais..
E sim, a minha critica tem tudo de construtivo. A verdade é que o São Mamede no momento em que apareceu era um projecto ambicioso e em que eu depositava algumas esperanças. Com o tempo não se confirmou, mas ainda há salvação. Isto se souberem aceitar críticas e até mudar o rumo quando for caso disso.
Já agora, obrigado pelo elogio. Nem eu tinha a qualidade da minha escrita em tão boa conta. E mesmo a postura de menino até essa sabe bem!
p.s.: Mantenho o meu pedido simpático: assine quando comenta.