E já se fala em...

Início de onda de falências... (?)

por Diário Económico

11 opinioes:

  • Queda de lucros não é sinal de falência.

  • Como se dizia antigamente em relação às bofetadas: só se lamentam as que caem no chão. Acredita que isto é necessário.

  • Tiago,

    pois não. Mas a AIG por exemplo só não fechou porque hoje lá chegou a ajuda do estado de que falava há dias. Foi uma "ligeira" intervenção..

  • Estas crises não são singulares e têm já precedentes históricos ao longo das décadas de 80 a 90. Na verdade, a estas estiveram associados graves crises macroeconómicas, designadamente nos EUA, Reino Unido, Japão ou até nos países nórdicos...Ora, o modelo destas crises tem um conjunto de pontos em comum:
    - por razões diversas assiste-se a um crescimento rápido do crédito a particulares;
    - daí por pressões da procura assiste-se a uma subida dos preços dos activos: imobiliários e acções;
    - o optimismo e a concorrência bancária, associada a uma certa passividade estatal pouco preparada para lidar com sistemas liberais, conduz-nos a novos créditos;
    - Ora, quando a conjuntura muda, por diversos motivos, os preços descem e os bancos são obrigados a contrair créditos, o que pode conduzir a uma profunda recessão economica.
    Aqui surge, tal como temos assistido, a intervenção estatal com as sua politicas monetárias expansionistas. É verdade que ajuda, mas a forma de as evitar passará sempre por criar condições que evitem a criação de bolhas especulativas.
    Aqui, Portugal, muito em virtude da economia ser bem mais pequena nunca chegou a ter um mercado imobiliário expeculativo. Assistimos apenas a compra de habitaçóes cujo aumento da oferta acabou por acomodar as subida de preços.
    Concluindo, falamos de conceitos latos quando referimos liberalismo... Eu sou apologista da concorrência (verdadeira e não à portuguesa), mas regulada. A especulação está muito longe desse liberalismo que defendes Hugo, e inclusive, como podes reparar é prejudicial para os seus próprios defensores. Não estamos a falar de uma crise estrutural, em que por vezes como dizes e bem "é necessário" limpar o sistema...

  • Hugo,
    a tua crença no Liberalismo economico é tão cega e pouco fundamentada quanto todas as religiões políticas.

    Porque, como é bom de ver, é disso que se trata neste caso: crença. O mercado apenas resolve tudo num sistema tão utópico quanto os das esquerdas.

    O pragmatismo "obriga" à intervenção do Estado e é por isso que até o exemplo máximo de liberalismo e de ausência de intervenção estatal percebeu que tem que meter a mão nas suas principais empresas para as salvar (e eu país, dados os previsiveis efeitos secundarios das falencias).

    Nunca mais acabam as férias...

  • Anónimo:

    A quebra no negócio do crédito imobiliário nos EUA deveu-se, sobretudo, a baixas taxas de juro/spread que não reflectiam o real risco de emprestar aquele dinheiro. Quem arriscou demais (e mal), tramou-se. Mas isto surgiu, sobretudo, devido a uma má política de incentivos, nos EUA. Irei abordar alguns desses problemas em breve.


    Samuel:

    Acabaste de escarrapachar, num só comentário, todas as ideias pré-concebidas sobre economia que andam por aí a fazer gala em nome do "pensamento dominante". Não tenho por hábito andar a atirar barro à parede a ver se cola. Como é habitual, procurei informar-me ao máximo sobre o assunto para formar opinião. Para astrologia económica, não contem comigo. Mas já que tem de ser, amanhã sai postagem quilométrica no meu blogue.

  • Hugo,

    A questão é que na altura em que os bancos decidiram conceder aqueles créditos, o imobiliário estava altissimo, então foi "boa ideia" aceitar as casas como garantia. Que só por si parecia ser suficiente para segurar os riscos de empréstimos daquele género. O problema é que depois os preços no imobiliário caíram a pique. As pessoas deixando de pagar, entregavam nas mãos dos bancos casas sem valor comercial. Mercado desregulado?


    Quanto ao resto,
    Como dizias algures num qualquer comentário por estas bandas: Ideologias vincadas são uma treta. Mas depende dos assuntos, é isso? É importante aprender a viver com as mutações que as teorias têm que sofrer. E neste momento estamos (prestes) a assistir a mais uma. Espera-se!

  • Este comentário foi removido pelo autor.
  • Paulo:

    Estás a par das "políticas" seguidas pela FED antes desta situação? Conheces os incentivos da administração americana à obtenção de casa própria? Sabes que a Bernie e o Fredie Mac são empresas privilegiadas com apoios federais? Ou achas que as pessoas se lembraram todas de pedir empréstimos para casa de um momento para o outro?

    "Mas depende dos assuntos, é isso? É importante aprender a viver com as mutações que as teorias têm que sofrer."

    A única teoria que estou a ver que vai parar ao saco é o monetarismo indescriminado: intervenções estatais subordinadas, não às necessidades do mercado, mas às agendas políticas. Não me parece que os políticos que nomeiam as equipas para as entidades reguladoras sejam mais "santos" que os empresários.

  • Novamente fazes um comentário desnecessário. Eu não disse que as pessoas não foram incentivadas a contrair crédito para comprar de casa. Eu apenas acrescentei informação que não tinha sido dito.
    Porque, obviamente, as pessoas não se lembraram de uma hora para a outra de se endividar.

    Se calhar nenhuma teoria vai parar ao saco. Simplesmente serão revistas, recauchutadas e reaproveitadas. Mas que já há todo um historial com que deviam ter aprendido já...

  • Que ideias pré-concebidas, Hugo? Eu não exponho ideia alguma no meu comentário. A única coisa que afirmo é que a tua crença no Liberalismo não passa disso mesmo: crença. Não basta ler meia dúzia de coisas sobre economia para te atirares a ela com elan de especialista.