O ComUM

Já fui dizendo pelas caixas de comentários de outras paragens a minha opinião sobre o assunto mas nunca decidi postar aqui. O novo papa da Academia do Minho, Rui Jorge, proferiu declarações que nada abonaram a favor da praxe e em seu nome próprio. Mas no meio de algumas asneiras, Rui Jorge, ainda teve tempo de disparar na direcção do jornal ComUM, dos alunos de Ciências da Comunicação da UM. Acusou-os de ser 24horas do Minho.
Apoiei estas declarações, porque noutros tempos, e pelas mãos de outro director, na altura Rui Passos Rocha, o ComUM tratou factos demasiado graves com uma leviandade nada própria de aspirantes a jornalistas. Acusaram alunos do curso que frequento de uma situação de violência que já corria em tribunal com outros arguidos. Meio-ano depois, em editorial, o ComUM volta a dar razão aos meus receios. Vão mesmo matar o projecto:

"Rui Jorge descontrolou-se e disse coisas de que já se deve ter arrependido. Disparou em várias direcções, e apesar de não gostar do ComUM, nós temos que agradecer a sua Santidade, pois as declarações exclusivas dadas pelo mesmo ao nosso jornal, beneficiaram o portal, que registou várias visitas, curiosas com o caso. ", aqui.

Afinal a polémica sempre é uma das prioridades editoriais daquele espaço.

14 opinioes:

  • Caro Paulo,

    Não me parece que a tua generalização relativamente ao ComUM seja justa e minimamente coerente com o que te cejo defender relativamente à comunicação social noutros casos.

    O ComUM é o único jornal da UM, como tal é natural que o que é notícia venha neste jornal e não noutros.

    Relativamente à frase que citas não percebo em que é que ela demonstra que o ComUM só procura polémica. O "papa" da academia é que, pelas suas atitudes e declarações, fez nascer uma polémica que não dignifica a Universidade do Minho nem a instituição universitária em geral.

  • Caro Pedro,

    Antes de mais, que outros orgãos de comunicação social eu defendi em outros casos que façam passar esta crítica por incoerente?

    Então o facto de o Editorial daquele jornal estar satisfeito com o aumento do número de visitas por via de um escândalo criado por eles não é razão para achar que o ComUM procura polémica? Nem os comentários nesse texto assinados por outros membros da redacção a defenderem o sensacionalismo como algo perfeitamente normal e presente em "orgãos de referência" como os desportivos ou o grupo TVI/IOL (Media Capital)?

    Felizmente o ComUM NÃO é o único jornal da UM.

  • Paulo:

    As outras duas "coisas" que lá param são folhetos informativos.

  • Dois folhetos informativos e um jornal de parede com umas histórias todas entretidas. É o que está a ser formado naquela universidade?

  • Caro Paulo,

    Refiro-me aos valores da isenção, da independência e da imparcialidade que sei que defendes para a imprensa. O ComUM informa com independência o que significa que também tem que noticiar o polémico.

    Quantos aos outros jornais, não sei quais são. Conheço o boletim informativo do SASUM e o boletim informativo da AAUM. À parte isso, nada.

  • tal como já comentei no texto do próprio comum o que mais me chocou foi a reacção do Hugo Pires em nome da redacção de satisfação por ter visitas através das declarações do Papa por muito que estas falem mal do próprio jornal.

  • Caro Paulo,

    uma análise mais atenta, e não tanto na diagonal, poderia encontrar algum humor nas palavras do Hugo Pires. Efectivamente, se o Papa acha que o ComUM é o 24 Horas da UM, que haveremos nós de fazer? Uma choradeira? Às vezes levam-se as coisas demasiado a sério. O problema é a internet: se se pusesse um smiley, o caso mudava de figura. É uma coisa a estudar, a introdução de smileys nos editoriais. ;)

  • E a introdução de seriedade nos editoriais e na forma como se faz jornalismo? É caso para pensar também nisso.

  • Parece-me óbvio que já se pratica, essa. Se ler o que eu disse, a seriedade está lá. A forma como você leu é que terá sido séria de mais, já que optou por supor imediatamente que o objectivo do ComUM é, acima de tudo, ter muitas visitas. Mas afinal já está escaldado, como disse, com o jornal. Daí que seja compreensível essa generalização que faz. Não é correcta, mas percebe-se.

  • Paulo,

    está visivelmente descontente com uma notícia que saiu na última edição do impresso. Segundo diz, não tem fontes e jornalisticamente está mal concebida.

    Pois bem, se quer generalizar, dizendo que o Comum não recorre a fontes, simplesmente põe-se a inventar historietas, tudo bem.

    Se quer ser quadrado, seja. No meio de tudo isto, quem fica mal é o senhor :)

  • O anónimo dá uma no cravo e outra na ferradura. Num parágrafo parece que sabe perfeitamente de que notícia eu estava a falar (se calhar sabe, e então seria mais fácil assinar para eu perceber que sabe), e logo a seguir a historieta é inventada por mim.

    Quer ser quadrado e não ver as minhas razões é consigo, eu discuti, e continuarei a discutir. Aquele texto de que falo, o editorial em que se demonstra satisfação com o aumento do número de visitas e uma ou outra notícia mal escrita jornalisticamente falando que vai aparecendo. Eu não sou um especialista, mas leio bons jornalistas também e sei ver a diferença.

  • caro paulo,


    quanto ao primeiro parágrafo, nem vá por aí: aquilo que disse apenas vem num dos comentários da sua autoria ao editorial do Comum cuja ligação está neste post:

    "Dos escândalos lançados pelo ComUM sem fundamento, (...) pessoas que aí estavam, e também porque o caso de que falo foi na última edição impressa do último ano".

    Quanto ao segundo parágrafo, apenas digo isto: se lê bons jornalistas também e sabe ver a diferença, não consigo compreender por que diz que "felizmente o Comum não é o único jornal da UM".

    Quem dá uma no cravo e outra na ferradura é o senhor.

    Há uma coisa, no entanto, que não deixo de concordar consigo: as afirmações do Papa vêm desprestigiar um instituição que me é também muito cara, a Praxe.

  • Porque não é. Qualidade discuta-se à parte, mas pelo menos temos várias perspectivas dos acontecimentos da academia. Também já o disse algures que prefiro o ComUM.

    Mas por mim a discussão já não leva a lado nenhum. Eu acho que afirmação do Editorial cai mal, o Jorge não. Eu vi o ComUM fazer mau jornalismo, o Jorge não. Espero para continuar a ler, e vir a mudar de opinião.

  • nunca disse que a afirmação do editorial caía mal ou não, só não concordei com a sua generalização ao trabalho do Comum, tal como o Pedro Morgado fez.

    Fui leitor do jornal impresso - momento em que fiquei a conhecer o jornal - e a minha opinião sobre ele é relativamente boa.

    Agora que acabou o impresso - não sei por que razão - estou mais atento ao online, onde vejo trabalhos bem conseguidos e meritórios e onde não vejo em qualquer outro lugar aqui na UM.

    Quanto ao esperar para ver até fazer mau jornalismo, não digo que isso não venha a acontecer.