Durão não...

“Durão Barroso foi um defensor acérrimo de Bush, da invasão do Iraque e do neoliberalismo e acho que o doutor Mário Soares tem razão, se os socialistas europeus votam no Durão Barroso é a prova da crise dos socialistas europeus. Independentemente da pessoa, não se pode ser um seguidista de Bush e um admirador de Obama”

Durão Barroso até há bem pouco tempo poderia parecer um nome consensual para a recandidatura. De hás uns tempos para cá a situação alterou-se e começaram-se a ouvir nomes de alternativas para um dos cargos mais importantes da Europa. A bomba chegou a Portugal pelas mãos da eurodeputada Ana Gomes e começou a dar que falar. Os argumentos apresentados por Manuel Alegre e Paulo Pedroso, podem à partida parecer uma tentativa de levar uma vitória caseira para uma disputa europeia - visto que o nome de António Guterres foi sugerido - no entanto os argumentos apresentados parecem-me válidos. Estando a Europa a atravessar uma das suas maiores crises por reflexos de falta de regulação dos mercados, o neoliberal Durão pode, de facto não ser a solução a adoptar pelos Socialistas Europeus.
E se o português terá a primeira impressão, mais desatenta, de achar esta recusa de apoio a José Manuel um acto de atentado para com a pátria, terá de reflectir que este foi o senhor que trouxe Bush às Lages, e apoiou a entrada no Iraque à procura de armas que não existiam.

5 opinioes:

  • Viva,
    Sem querer pôr em causa o facto de os socialistas europeus darem ou não o seu apoio a Durão Barroso (sendo perfeitamente aceitável que não o fizessem visto não serem da mesma família política), acho que quem ocupa um cargo não deve ser avaliado pelo que fez antes de ser nomeado para esse mesmo cargo. Aquando da cimeira das Lages, Durão estava lá na qualidade de PM português. Hoje tem apenas de responder pelo que faz como presidente da Comissão Europeia. Logo, esse é que deve ser o debate; não o que se pssou há 5 anos, ainda Prodi era presidente.

    JG

  • Ora seja bem vindo por estas bandas senhor Gil.

    O facto do PSE querer apresentar o seu candidato parecem-me de facto pacifico, no entanto não posso concordar contigo quanto à avaliação sobre Durão. Aliás esta mesma deveria ter sido feito logo aquando da primeira nomeação. Porque as pessoas ocupam cargos deste nível à custa do seu perfil. E o seu perfil é em grande parte traçado pelas opções que tomou no passado. Para além da outra questão puramente de orientação política: o facto de este ser um momento de crise com origem num posicionamento de cariz ideológicas.

  • Ok mas não se pode pedir responsibilidades a alguém pelo seu perfil político. O presidente da Comissão não tem de responder por quem o nomeia (os Estados). Tem de responder pela actuação que tem nos 4 anos que ocupa o cargo.

  • Gil:
    "acho que quem ocupa um cargo não deve ser avaliado pelo que fez antes de ser nomeado para esse mesmo cargo."

    Então devia ser julgado de que forma? É que não consigo, sequer, imaginar uma alternativa.


    "esta recusa de apoio a José Manuel um acto de atentado para com a pátria"

    Atentado contra a pátria a que propósito? Até parece que isso nos favorece em alguma coisa.


    E o Guterres já anda suficientemente longe (em campos de refugiados) para trazer mal ao mundo. Bruxelas fica demasiado perto.

  • Eu não disse que não apoiar Durão Barroso era um atentado contra a Pátria...Disse que enquanto presidente da Comissão deve ser avaliado enquanto presidente da Comissão e não como PM português.

    Para se dizer que ele não deve continuar à frente da Comissão têm de se lhe apontar defeitos (a ele próprio ou aos seus comissários cuja actuação é da sua directa responsabilidade).

    Pode-se é discutir se ele deveria ter sido nomeado, só que essa discussão vem atrasada uns anos.