A voz da esperança

José Sócrates foi ontem a voz da esperança que muitos milhões de portugueses estavam à espera de ouvir:

"As famílias portuguesas podem esperar ter um melhor rendimento disponível em 2009, que advirá da baixa da Euribor e da baixa da taxa de juro. Isso vai aliviar muito as famílias nas suas prestações para pagarem os créditos à habitação, que são hoje uma componente muito significativa das despesas familiares"

Bem diferente de outros discursos, de outros anteriores primeiros-ministros, e mesmo de alguns líderes de oposição e opinião, o homem que gere os destinos do país foi positivo. Fez, no meio (ou final) de um cenário de crise, alguns passarem a pensar de forma diferente. Afinal há esperança, afinal Portugal não vai sentir assim tantos efeitos da crise global, tal como havia sido anunciado há dias, e ainda cada português vai sentir onde normalmente mais lhe doí, um alivio que não acontecia há muito tempo. Vai haver mais dinheiro nas carteiras!

8 opinioes:

  • Não sei o que é pior. Sócrates a mentir em véspera de eleições ou papalvos a acreditarem piamente no que ele diz...

  • Eu acho que Portugal vai, em 2009, liderar em todos os rankings europeus, desde estatura média até ao consumo de cerveja.

    Agora também posso ser PM?

  • Depende. Achas que o consumo de cerveja e a estatura média vão de alguma forma ajudar os portugueses?

  • Caro Anônimo,
    Não acredita em dados? Ou não quer sequer tentar compreende-los?

  • Só acho é que não são as promessas que fazem um político.

    São os resultados e o contexto em que acontecem.

    Este discurso é letra morta.

  • A questão é que não foi um discurso de promessas. Foi uma análise da situação, e a crença num futuro mais positivo.

  • Diz muito bem, senhor Paulo Lopes: a crença num futuro mais positivo. è que a questão é apenas e só de crença, porque todos os dados e indícios apontam no sentido contrário, isto é no agravamento da situação. Mas como a fé move montanhas, talvez mova o futuro preto que se adivinha em 2009, 2010 e mais, como alguns anunciam. Como o premio nóvel de 2008 da economia, por exemplo.

    Um socialista de esquerda e não moderno

  • A crise é grave como é obvio. Também anos piores em questão de crescimento e desemprego estão ao virar da esquina...Parece evidente.
    Mas Socrates, talvez numa fuga para a frente, não deixa de ter razão. Vamos voltar a juros baixos, talvez ainda mais baixos do que aqueles que nos fizeram recorrer a créditos e mais créditos...Haja bom senso desta vez!Aliás dados os resultados da política económica estes juros só podem continuar a descer...pena que teve de ser a economia europeia e global a revelar os problemas que os portugueses já há muito sentiam...é evidente que agora a política para desafogo das nossas carteiras será outra. Não esconde a crise, e esta também deve ser parte de um discurso sério...Mas para já, ajuda, ou não?