Think Pong: Nicolinas é Património Nosso

Começo este Think Pong desta semana destacando algo que costumo desvalorizar: o título. E faço-o porque acho que é importante frisar que estas festas estão acima de tudo aquilo que foi discutido nos últimos tempos sobre elas. Antes de mais porque falámos em Nicolinas e não em Pinheiro. Admirem-se os mais desatentos: As festas de São Nicolau são muito mais que uns milhares de indivíduos alcoolicamente bem dispostos, a disparar baquetadas desgovernadas num ritmo nem sempre assertivo. São antes de mais 6 números, a que juntámos uma semana de Novenas, e a Missa e Procissão de São Nicolau. São Posses e Magusto, são Pregão e Maçãzinhas, são Baile Nicolino e Roubalheiras.

Mas são realmente também Pinheiro. Mas mesmo esse, é mais do que a descrição acima feita. E dessa noite fica-me sempre a mesma imagem. Parado a vê-los acabar de descer os Palheiros, pedia silêncio como tantos outros faziam para ver tocar os “velhos”. O respeito pelo toque e pela tradição. À mesma “temperatura” e “alegria” de todos os outros, mas sem esquecer o que ali se faz: preserva-se uma tradição.

Nicolinas é por isso também mais do que uma marca registada. Mais do que grupos de ex-nicolinos, ex-membros de comissões ou de tertúlias de amigos. Mais do que conventos ou torres dos almadas. É marca registada da nossa vontade – aqueles que todos os anos trocam o sono, o estudo, os empregos e as caras de boa disposição no dia seguir pelas tradições centenárias – de sermos nicolinos enquanto antigos alunos das secundárias de Guimarães.

É também muito mais do que candidata a Património Cultural da Humanidade. É já, para todos nós, Património Mundial da "Vimaranensidade". Do orgulho da terra e da vontade de preservar os nossos valores. E as nossas melhores tradições. De mostra-la a todos os que vêm de fora para a ver. E a todos aqueles que sendo da terra, só ano após ano as vão descobrindo.

O presidente da Comissão de Festas deste ano destacava a vontade de revitalizar os números do Pregão e Maçãzinhas. Concordo. Era preciso revitalizar estes números, e apaziguar as relações entre todos aqueles que se batem para dizer que as Nicolinas são mais minhas do que tuas. As Nicolinas são de todos, mas principalmente daqueles miúdos, todos ou quase, menores de idade, que erguem o mastro ao alto, e o festejam 7 dias com mais responsabilidade que a gente grande o faz nos bastidores. 

5 opinioes:

  • "São antes de mais 6 números, a que juntámos uma semana de Novenas, e a Missa e Procissão de São Nicolau."

    Caro Paulo,

    Quanto muito foram as Nicolinas que se juntaram às Novenas de Nossa Senhora da Conceição, que há delas registo anterior ao de qualquer festa em honra de S. Nicolau em Guimarães.

    Números das Festas: Pinheiro, Posses e Magusto, Pregão, Maçãzinhas e Danças, Baile, Novenas e Roubalheiras. A missa de S. Nicolau é uma celebração paralela, da responsabilidade da Irmandade de S. Nicolau.

    As Danças, apesar de hoje serem da responsabilidade de um grupo alargado de Velhos Nicolinos, já o foram dos estudantes e eles nelas participam também.

    Fica o esclarecimento... "camarada"...

  • A única coisa que posso acrescentar a este debate é o seguinte:

    Ó INÊS!!!!

  • Caro Tiago,
    Obrigado por alguns esclarecimentos. A referência que fiz aos números das festividades foi feita por alto e apenas de forma a abranger tudo o que decorre durante as nicolinas. Sem dúvida enriquecido por uma explicação de quem conhece a história das festas melhor do que eu.

    Ao Hugo,
    Eu podia dizer mais uma ou duas coisas sobre isso a este debate mas não digo! Se estivesses mais perto atirava-te uma granada...

  • Paulo, não me entendas mal. Gostei de ler a tua opinião sobre as Festas!

  • Ultimamente parece-me que ando com um grave problema. Faço as pessoas pensar que levo a mal os comentários!
    Caro Tiago, não levei minimamente a mal. Achei realmente importante o facto de comentares e esclareceres algumas imprecisões. Foi bom para mim e para quem me lê.

    Daí o referir que veio de alguém que conhece de facto as festas de uma forma que não tive oportunidade de o fazer: por dentro.

    Um abraço