Ontem, sexta-feira dia 4 de Outubro, foi dia de Assembleia Municipal em Guimarães. Como cidadão interessado, fiz aquilo que muitas vezes tive vontade de fazer, e que quase tantas outras não tive coragem de concretizar. E depois de lá estar apercebi-me do porquê. A realidade é que em Guimarães, este tipo de espaço de debate político chega a um ponto que perde grande parte do interesse. Desde a intervenção mais descabida e despropositada, à intervenção politicamente incorrecta, até chegar à intervenção “kamikaze”, com tiros nos pés, e que nem sequer têm oposições à altura para pegar em detalhes importantes, tudo serve para gastar tempo de antena.
A verdade é que em Guimarães, e à semelhança de tantos outros sítios no país, se assiste neste momento a uma falta de capacidade politica por parte dos intervenientes gritante. E este tipo de situação só pode vir de duas possibilidades: ou já não nascem pessoas com capacidade para debater ideias e discutir politica a sério – o que eu duvido muito – ,ou então aqueles que realmente têm interesse e vontade de discutir as coisas abertamente, são afastados, são encostados a cantos, e são postos em prateleiras. Por excesso de opinião e/ou ideias. Ou porque no dia marcado para levar o autocarro ao comício não se empenharam em encher uma sala de figuras de corpo presente.
Existe ainda uma terceira hipótese e que eu acredito mais ainda. Quando chega a hora de discutir em tempo de eleições, perde-se o tempo a falar de quem paga cotas a quem, ou de assuntos ainda mais desinteressantes. E quem realmente tinha projectos e ideias desmotiva-se e afasta-se.
Nesta ultima assembleia, assistiu-se da bancada do PSD, e para o caso pelo líder da juventude daquele partido em Guimarães, a preocupações, da máxima importância, sobre a política de juventude em Guimarães. Politicamente até nem me revejo no enquadramento do referido deputado municipal, mas nas questões levantadas sobre a falta de atenção da autarquia para com os jovens, sou obrigado a dar-lhe razão. Não é hábito nem costume nesta cidade, como em tantas outras, dar-se voz aos jovens. Pegar naqueles que realmente têm capacidade para intervir e debater questões importantes, e arrumar com senhores das últimas filas. Os tais das bocas, das graças, dos comentários infelizes e desadequados. Mas eu já nem falo em termos de cargos, ou possibilidade de intervenção neste tipo de espaços. Eu já só pediria que houvesse outro tipo de apoios às organizações de jovens, e que existissem actividades que realmente motivassem os políticos e os homens de amanhã a interessarem-se por uma vida social activa.
Concluindo. Aquilo a que assisti na ultima AM pode ser o primeiro sinal visível de que as renovações não foram feitas, não estão a ser feitas, e quando o são, troca-se a pessoa que mais trabalhou pela que mais militou e atribui-se o cargo. Há que não esquecer que os líderes de hoje não são eternos. E quando chegar a hora de os substituir não vai faltar gente para a sucessão. Mas e a qualidade?
A cidade; espaços públicos
Há 2 meses
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