Balanço do Ano – das realizações

Nem só de projectos viveu este ano. Por Guimarães, algumas pessoas fizeram questão de pôr mais à obra. Em termos desportivos, o Vitória é um dos que mais dá que falar. Os seniores, depois da chegada de Manuel Cajuda e Emílio Macedo, fizeram-se à estrada, recuperaram mais de uma dezena de pontos e chegaram ao segundo lugar da Liga Vitalis, conseguindo a promoção que já ninguém imaginava ser possível. Deixaram ainda antes do ano terminar a equipa a jogar bem no Dragão, e a dar “banho de bola” ao Belenenses, solidificando o 4º lugar.

Também nesta equipa do berço, outros subiram bem alto. Os juvenis, a querer igualar os seniores, conseguiram o terceiro lugar – soube a segundo depois daquela “final” com o Sporting –, só que desta vez, na primeira divisão nacional da categoria. Jogaram bem. Jogaram muito bem. E alguns deles já lhes vai valendo participações em jogos da liga intercalar dos seniores. Apareçam mais, daquele que considero o melhor grupo desde há muito tempo, nas escolas de formação do Vitória.

Ainda, e para que não esqueça, de reter, os bons resultados do Vitória. Do Basquet ao futebol feminino, do voleibol à natação, passando ainda pelo kickboxing, no nome de Fernando “Zenga”.

Também ao nível da cultura houve quem quisesse deixar o projecto, para “sair à rua”. Reabriu, ainda que com marcas fortes da pressa de ser em 2007, o São Mamede. Será casa de espectáculos, terá a “100ª página”, cinema e o que mais virá? Para já ficam os espectáculos de alguns bons nomes. Nouvelle Vague, David Fonseca e JP Simões. É de esperar que mantenha o ritmo.

A nível nacional e de nacionais internacionalizados, Fernando Meira e Luís Figo foram campeões na Alemanha e Itália respectivamente. José Mourinho perdeu o título para Queiroz e Ronaldo, acabando despedido e milionário. Deco, no seu “barça”, passou por um ano em que todos devem ter pedido o “Special One” para substituir o fracasso Rijkaard. Vanessa Fernandes fartou-se de revalidar e acrescentar títulos à sua prateleira. E Manuel José, continuou em grande à frente do Al-Ahly, perdendo apenas a final da taça asiática. Era para ser a terceira consecutiva.

De destacar foram ainda os mandatos de Durão Barroso e José Sócrates, presidente da comissão europeia e Presidente do Conselho europeu. O último registou como seu, e de Portugal, a assinatura do tratado da EU, que ficará agora conhecido como tratado de Lisboa.

Dos projectos que se tornaram realidade o que mais me afectou foi mesmo o do processo de Bolonha. Entrou às “3 pancadas” nas universidades, despachou alunos ao pontapé, e reteve alguns, prejudicando ainda outros em números de cadeiras para fazer, e em verdade sobre as notas que tiveram para trás. Agora sim, as cadeiras são números para os patrões avaliarem. Foram todas passadas a ferro pela importância de manter as médias e os créditos.

A ser praticado também está neste momento a interrupção voluntária da gravidez. Depois do referendo ter passado no inicio do ano, legislou-se e já é possível fazer uma interrupção da gravidez, medicamente assistida em muitos locais do país. Outros, já nem para fazer nascer crianças dão. Foram fechadas centenas de maternidades e serviços de urgência. Muita coisa vai mal neste país.

Para terminar deixava apenas duas notas que acho importantes sobre este ano, ao nível da cidade de Guimarães.
A primeira, diz respeito à centralidade europeia desta cidade. Por Guimarães, passaram os partidos comunistas europeus, os sociais-democratas, e ainda uma reunião do conselho de ministros.
A segunda tem que ver com a massificação da blogosfera, e dos espaços de debate vimaranenses. Este foi um ano em que mais do que nunca se discutiu. E por Guimarães, ao contrário de grande parte do país, discutiu-se para o lado certo. E sobre o que realmente merece ser discutido.


0 opinioes: