CEC 2012: A procura de um lugar ao sol

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A cidade de Guimarães olha com grande esperança para o ano de 2012. Mais de um ano volvido desde o anúncio oficial, existem ainda muitas expectativas na Capital Europeia da Cultura. Pese embora a visível diminuição da euforia inicial generalizada, existe ainda no intimo de cada vimaranense uma ideia, um conceito, uma hipótese e uma esperança.
Os receios que começam a surgir prendem-se essencialmente com prazos de conclusões de obras e com algumas dúvidas sobre o património edificado que contará a história para lá da festa.
A Câmara Municipal de Guimarães, responsável pela parte material da CEC2012, está a tratar, com o necessário cuidado, dos dossiers de candidaturas a projectos específicos que garantirão o financiamento das infra-estruturas que servirão Guimarães para lá de 2013.

No entanto, todo o processo de financiamento via Fundação Cidade de Guimarães de alguns projectos, tem conhecido alguns atrasos vítimas do Plano de Estabilidade e Crescimento do Governo central. E tudo isto nos deve fazer parar para pensar. Lisboa e Porto receberam no passado este ano de festa. E os respectivos governos da altura empenharam-se directamente no cumprimento estrito daqueles desígnios. Fruto de uma importância que as duas mais representativas cidades do Pais significam para Portugal.

E é importante que Guimarães assuma também esta posição a nível nacional. Que os responsáveis políticos locais se unam em torno de um projecto aglutinador de vontades e desejos. Que ponham de parte os partidarismos, os receios, e as secretas esperanças de viver do fracasso da festa para conseguir resultados eleitorais. Que do poder e da oposição haja uma vontade única: de realizar 2012, e de tornar Guimarães numa das cidades mais importantes neste sector a nível nacional.

Guimarães foi a escolhida desta vez. Fomos a 3ª cidade portuguesa a receber o anúncio de uma Capital Europeia da Cultura. Isto, numa leitura assumidamente toldada pelo orgulho vimaranense, coloca-nos no pódio nacional das cidades portuguesas ao nível da cultura. Este registo, só poderá ser levado com seriedade se o empenhamento de todas as partes for consentâneo com a dimensão do evento. Conhecemos nos últimos dias desenvolvimentos no desbloqueio das verbas ainda pendentes. Mas falta mais. Falta começarmos a sentir o País envolvido num evento que não é só nosso, é de 10 Milhões de pessoas. E não é apenas para nós: é para toda uma Europa.

Texto publicado na última edição do "Povo de Guimarães"
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