Após quase oito meses de blogue, e de umas outras participações que remontam à minha tenra juventude por volta de 2004, com textos bem joviais, e dignos da irreverência que marcam o inicio da nossa formação como pessoas, já vi muita coisa no espaço da blogosfera. Há sítios de grande qualidade. Há factos históricos, há humor, há actualidade e há essencialmente discussão livremente saudável.
Só que, como toda a liberdade, desregrada leva a alguns exageros. Se é verdade que não falta gente como eu, que mantém o seu blogue dentro da disponibilidade que tem, e comenta noutros espaços consoante a vontade e o tempo livre, existem também, ao nível que melhor conheço – o da blogosfera vimaranense, uma série de “profissionais” deste “novo mundo” da Internet.
Há uma série de “coerências de estilo” entre este nome e aquele, entre este nome próprio e aquele alter-ego do blogue vizinho. E se esta é uma das piadas que vejo nos blogues – a procura de quem é este e aquele –, é também um dos momentos em que a vontade de visitar blogues diminui. E a verdade é que há certos e determinados tipos de escrita que pedem outro nome. No que toca à escrita humorística, seja ela sobre coisas sérias ou não, parece-me aceitável. Tratando-se de opiniões o caso é bem diferente. Quando toca a discussão e argumentação sobre coisas sérias e de interesse público, acho que as pessoas deviam ser responsáveis. Afinal de contas, este é um espaço que se trata de um privilégio que nos foi concedido. No que diz respeito às acusações, insultos, ou apenas discussões acesas, as pessoas têm que assumir responsabilidades.
No fundo tudo vai dar ao mesmo. Cada vez que criámos um espaço para falarmos à vontade, com a massificação do mesmo, cresce também o medo de expressar certas opiniões. Isto fere o meu sentido de liberdade. E fere também a parte de mim que acredita que não falta gente sem medo de dizer o que pensa.
E a nível logístico, afasta os blogues de alguns estatutos que podiam muito bem ter.
Profissional da blogosfera me confesso. Não deixo de fazer o meu trabalho, nem de ter vida social. Mas isto torna-se um vício.
E quando se vê o feedback, motiva!
Quanto aos heterónimos e afins, concordo contigo que há situações em que fazem todo o sentido. Usá-los para insultos e acusações gratuitas é que já não tolero.
De resto, há três anos que ando pela blogosfera e expressei sempre opiniões em nome próprio.
Eu sou profissional de outra coisa, bem sabes, mas sinto-me bem por estas bandas.
A crítica claramente não era claramente para quem usa a "profissão de bloguer" para um serviço bem útil, ou para a expressão de opiniões livremente assinadas. Era para quem, dessa, mais do que profissão, doença, cria personagens imaginárias, que incendeiam este blog e aquele sem objectivo definido, e sem responsabilidade para assumir o que diz.
é a diferença entre a discussão e o insulto gratuíto e, pior, anónimo!