Publico, aqui, na integra, a minha intervenção da última Assembleia Municipal, no ponto 4, relativo ao Centro Ciência Viva em Guimarães.
"Em tempos de crise, tal como aquela que estamos a viver a ressaca neste momento, cabe às autoridades politicas dois papeis fundamentais:
Controlar os danos, em primeiro lugar, e em segundo lugar, tratar de encontrar soluções para seguir em frente.
A Câmara Municipal de Guimarães lançou no terreno, como reacção primordial, uma série de infra-estruturas que visavam relançar a economia, atribuindo obras, gerando emprego directo e potenciando a criação de postos de trabalho.
Em seguida interessava repensar o futuro e redefinir apostas. A aposta na ciência, tecnologia e nas industrias criativas são claras.
E são o futuro!
O Programa Ciência Viva nasceu em Portugal em 1996, pela mão do Ministério da Ciência e da Tecnologia, e cabia-lhe o apoio a acções dirigidas à promoção da educação científica e tecnológica na sociedade portuguesa, com especial enfoque nos mais jovens, e nos estudantes do básico e do secundário.
A Associação Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica - é criada dois anos mais tarde.
Entretanto, e em 12 anos de Associação existem já 18 espaços ciência viva por todo o país. De Faro e Lagos, a Vila do Conde e Bragança. Sendo que a Norte do Porto existem apenas actualmente estes últimos dois.
O Ciência Viva tem na sua génese uma vontade de reunir esforços e iniciativas de promover actividade cientifica e criar condições para a sua experimentação.
Tem por objectivos principais apoiar o ensino na sua vertente experimental, bem como promover a mobilização da sua comunidade, ocupando-a em laboratórios durante as férias e promovendo iniciativas ao longo do ano.
A sua rede de espaços físicos veio dar outra dimensão ao programa. Como canal de divulgação da ciência e como factor de potenciação do desenvolvimento regional criando dinâmicas nos actores regionais nesta área, estimulando o associativismo destas formas do saber.
Guimarães, integrado no projecto do CampUrbis tem agora em fase de construção o seu próprio espaço. Uma casa de ciência que convida os visitantes de todas as idades a participar em actividades e exposições interactivas, criando na cidade, como em outros pontos do país, uma nova forma de ver a ciência, com um espaço dinâmico de conhecimento e lazer, onde é estimulada a curiosidade cientifica e o desejo de aprender.
Este projecto, integra num só, a Associação Nacional para a Cultura e Tecnologia - Ciência Viva, a Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho, numa sinergia que se quer proveitosa, para dar a quem o visitar uma experiência única e diferente de tudo o visto anteriormente. Este espaço abrirá as suas portas ao público dando a conhecer como se produz ciência, e como se conhece ciência. E tudo isto de uma forma inovadora.
Tal como os outros espaços ciência viva do país terá uma temática associada, em que assentarão os conteúdos que se estão a desenvolver para estarem expostos no local.
• O vestuário,
• o calçado,
• a indústria dos Couros,
• as telecomunicações,
• os transportes,
• a engenharia civil
• a realidade virtual
• e os espaços temáticos sobre a sustentabilidade e reciclagem.
Serão expostos a público dando a conhecer os primórdios da produção, e os primeiros métodos de trabalho, até ao passos mais modernos em todas estas áreas.
Hoje aprovamos aqui os estatutos da associação Centro Ciência Viva de Guimarães. Uma associação científica e técnica e sem fins lucrativos, dando-lhe o nosso aval responsável a mais um passo fundamental para a edificação de um projecto inovador, que juntará Guimarães a uma rede nacional, que aproximará a cidade da sua Universidade, que criará correntes de vontades e promoção de ciência, que abrirá as portas do conhecimento a todos, e principalmente aos mais jovens.
Sendo o nosso Ciência Viva o único espaço a Norte da área metropolitana do Porto, prevê-se que este seja uma espaço visitado por todas as pessoas da região, bem como visitantes da Galiza. Principalmente por grupos escolares a quem interessa fazer chegar a mensagem do conhecimento e despertar o interesse pela ciência.
É também mais um passo na dinâmica Município/Universidade, na produção de conteúdos para o espaço, e no desenvolvimento de actividades conjuntas.
Criam-se condições para que os mais jovens experimentem, ganhem interesse, e sejam amanhã os homens da ciência, a produzir ciência e a investigar ciência em Portugal, e nesta região.
É uma abertura a outros paradigmas. Numa região em que o têxtil passa por dificuldades derivadas da concorrência com outras potências emergentes, está na altura de alargar horizontes, e repensar a aposta nas ciências e na área tecnológica usada para desenvolver os conteúdos do centro Ciência Viva.
É, uma aposta clara no relançamento de novas vertentes da economia na região, tanto na ciência e tecnologia como no turismo potenciado pelas visitas ao centro. Assim como um alargamento do acesso ao conhecimento cientifico a todos, em especial às escolas e às camadas mais jovens em geral que têm mais um motivo para gostarem de Viver em Guimarães.
Muito obrigado. "