A verdade é que este congresso foi um verdadeiro congresso de esquerda. Um congresso sobre oportunidades, igualdade e de crítica aberta aos falidos governos liberais, apelando à mão do Estado nos interesses individuais e fundamentais dos seus cidadãos. Defendeu-se o casamento entre homossexuais, a adopção, por estes cidadãos, de crianças e a total igualdade de direitos dos mesmos, tendo este mudado ou não de sexo. Afinal, e como frisou Duarte Cordeiro, porquê dificultar burocraticamente um processo que já por si leva uma média de 3 anos em terapias para estas pessoas?
Mas infelizmente, só estas medidas passaram em grande força para a comunicação social, levando a comentários em todo o país, dizendo que na JS só se discute neste momento homossexualidade, e que nesta juventude só se luta por tirar eleitorado aos partidos mais à esquerda. Mas não. A moção vencedora deste congresso é muito mais do que isso. É uma moção audaz. É uma moção de insatisfação para com o que está mal. E de energia para melhorar aquilo onde o governo de José Sócrates já mexeu, mas não foi tão longe quanto podia ter ido.
E é aqui que aquela estrutura, agora eleita, difere de tantas outras. De outros partidos, de outras juventudes, mas também de organizações mais locais da mesma. O apoio desmedido aos líderes, e a total satisfação com aquilo que é feito em prol de uma freguesia, de uma cidade, de um concelho ou distrito é o primeiro sinal de uma falta de maturidade democrática por parte de cada um. Se é verdade que as pessoas apresentam obra e dão provas de valor no exercício das suas funções, sejam elas a que nível forem, isso não representa condição suficiente para que estejamos quietos e sem vontade de pensar.
Em Guimarães, como em outras zonas do país, existe obra feita. António Magalhães é um dos melhores exemplos a nível nacional daquilo que deve ser um autarca de uma cidade. Mas deixemo-nos de conformismos. Porque só com novas ideias e com discussão, seja ela interna ou pública, poderemos ajudar a fazer ainda mais e melhor do que aquilo que já está feito. E da parte de quem tem responsabilidades a este nível tem-se visto muito pouco por estes lados. Se por um lado percebo a satisfação plena com mais um mandato do presidente da câmara, eu próprio partilho da mesma satisfação e espero por mais 4 anos do actual autarca, já percebo menos que não haja um único ponto em que não se pudesse fazer mais.
da última edição de "O Povo de Guimarães"
A maturidade democrática assume diversas versões. Tu sabes que assim é. Por vezes, a maturidade é vista como o consenso necessário, o mal menor, o aceitar perder... A maturidade democrática serve mesmo para apadrinhar a falta de solidariedade que impera entre politicos. Pelo menos foi o que me contaram...Portanto, muito longe do conceito do teu texto. Deviamos reflectir todos se em nome de algo menor nos devemos resignar. Talvez seja este o jogo, talvez não se possa mudar o que quer que seja. Talvez fosse possível, não sei. Mas por acreditar continuo por ca!
O conceito de que falas (assumindo que o posso tratar por tu) é de facto diferente daquele que pretendi retractar no meu texto.
Mas é algo de que podia também ter falado. Porque ás vezes em nome dessa suposta maturidade democrática de saber assumir posições desfavoráveis e ficar-mos resignados para sempre a sermos vassalos de alguém, perdemos oportunidades, e perdemos a nossa postura de verdadeira maturidade democrática de debate de ideias.
Boa Tarde,
Acabei de criar um novo o site, o "escritores de blogues" (para visualizar o site basta clickar no meu nome). Este site é uma rede social destinada a todos os escritores de blogues que o fazem em português. O objectivo é criar um espaço comum a todos para que seja facilitado o contacto e a visibilidade de novos projectos independentemente da ferramenta (blogspot, sapo, wordpress) que utilizam.
Neste sentido gostava de o convidar, e a todos os escritores de blogues que estiverem interessados. Para tal basta seguir o link e carregar onde diz "Join this network".
Muito obrigado pela atenção,
Melhores Cumprimentos,
Stran